12 de ago. de 2010
FALANDO SÉRIO: A procura da audiência perfeita
Três edições se fazem necessárias para que a Record encontre o “ponto” e alcance o sucesso almejado.
Particularmente eu, – e acredito que boa parte dos leitores do blog – gosto muito de reality shows. Não perco quase nenhum. E há pouco mais de um ano a Record nos trouxe uma proposta das boas: Uma espécie de BBB que reuniria famosos e aspirantes a celebridades, confinados em uma fazenda. O formato e as regras são velhos conhecidos do público, e o diferencial no caso era ver o convívio deles em meio a trabalhos rurais.
Veio a primeira edição. Eu particularmente acho um dos melhores elencos já escolhidos para um "show de realidade" no Brasil. Todos os quinze participantes tinham personalidade bem definidas e deixaram cada um sua marca. Não dá pra esquecer de Théo Becker, que virou tema de centenas de reportagens, ou Babi Xavier, a grande vilã da edição, além da guerra travada entre Dado Dolabella e Cia. contra o quarteto formado por Mirella, Danielle, Pedro e o favorito Carlinhos. Até a desistente Bárbara em uma semana conseguiu ficar no topo das pesquisas de favoritos do público. Dado venceu e tornou-se o vencedor mais controverso da história dos realities no Brasil. A audiência, apesar de não ser tão estrondosa quanto esperava-se, foi excelente. O programa liderou, derrubou o reality da emissora rival e em sua final, marcou a maior audiência da década na emissora.
Mas ali haviam muitos erros. A produção das provas, o ambiente, era tudo incrível. Em compensação, Britto Jr não correspondia às expectativas do público, a edição falhava e os resultados das "Roças" a partir da saída de Mirella Santos passaram a ser questionados semana após semana. Isso sem falar na final. Além disso, o horário não era bom, e isso ficava evidente pelos números do ibope: O programa alcançava em média 12 pontos às 9 da noite, raramente passava. Quando edições iam ao ar após as 10, os números subiam e se aproximavam dos 20 pontos (algumas vezes ultrapassavam!). E na segunda edição foi a mesma coisa...
Pois bem, anunciou-se a segunda edição. Esperava-se que os erros fossem corrigidos, mas ao contrario o programa acumulava falhas, começando pela própria estreia. Todo mundo avisou que começar uma nova edição três meses após o fim da primeira era errado. Foi a Record lá e fez. Colocar reality show - ou qualquer programa - no ar em período de festas de fim de ano é loucura. Foi a Record lá e fez. Resultado: Apesar de nomes mais conhecidos, a audiência foi baixa em relação à primeira edição. O elenco, que tentava ser uma cópia da primeira edição, era de dar sono. Cacau irritava, mas não era uma Luciele. Xuxa e Sheila eram tão chatos que o romance não decolou. E o que dizer de Andressa? Então foram lá Igor e Karina, colocaram o programa no bolso e a loira sagrou-se campeã.
O que se viu foram imagens mais bonitas, provas mais elaboradas e as festas foram impecáveis. Mas os erros ampliaram-se! Fora os já citados, o desespero por números transformou o programa em um show de prêmios. Ninguém sabia o horário em que iria ao ar aos domingos (tendo em vista também que os números entregues pelo "Programa do Gugu" eram baixos) e o apresentador conseguiu ficar ainda mais inconveniente. Por vezes, Britto Jr parecia querer influenciar a escolha do "Fazendeiro da Semana" com comentários que não cabia a ele fazer.
Agora vem a terceira edição e parece querer mudar esse cenário. Pelas entrevistas, a produção parece ciente dos erros cometidos e disposta a melhorar. Carol Magalhães vai para as ruas tratar da repercussão do Reality, mas a competente Cris Couto não sai de cena e permanece apresentando as provas internas. O número de participantes cresceu (são 15 agora), e Carelli anunciou mudanças nas regras, logo, ficará mais difícil ganhar o grande prêmio (Um dos maiores da TV Brasileira: 2 Milhões de Reais). E a lista de participantes promete muito! Dos 20 nomes que circulam fortes na imprensa, não tem como tirar uma lista de 15 e sair ruim! De Larissa Riquelme à Geisy Arruda (que ninguém entendeu ainda se a Record quer ou não quer no programa), nos parece muito mais interessante ver sub-celebridades se atracando do que grandes nomes se escondendo, como foi em "A Fazenda 2". Não se sabe ao certo, mas o que parece é que agora, o programa pertence à linha de shows, às 23h (tendo assim uma concorrência fraca), e aos domingos o "Domingo Espetacular" está preparando uma boa audiência. E pra completar, Carelli garante nos garante que o programa finalmente mostrará a que veio: as atividades rurais ganharão um tratamento especial na edição.
Vai dar certo? Não sei! Mas o que parece é que há um grande empenho - e um bom estudo às críticas - para que sim. O jeito é esperar pouco mais de 40 dias pra conferir, viciar, criticar e sofrer mais um pouquinho.
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